Em 1985, vários Estados europeus assinaram um acordo no Luxemburgo, graças ao qual surgiu o denominado espaço Schengen. A peculiaridade da zona é que, do ponto de vista das viagens internacionais, ela atua como um único estado, no qual o controle de fronteira é realizado apenas na entrada e saída do espaço Schengen, mas está ausente nas fronteiras internas dos estados que assinaram o acordo. Hoje em dia, o estatuto do espaço Schengen parece estar a sofrer algumas alterações.
Hoje, o espaço Schengen inclui vinte e seis estados com uma área total de mais de 4 milhões de metros quadrados. km e com uma população superior a 400 milhões de pessoas. Pela primeira vez nos longos anos do acordo, mover-se dentro da Europa pode ser difícil. A razão para as mudanças que estão planejadas para serem introduzidas no Acordo de Schengen, em primeiro lugar, é o aumento do número de migrantes de outras regiões. No entanto, alguns analistas acreditam que as mudanças nos regimes de passagem de fronteira tornarão as viagens mais difíceis e demoradas, mas não afetarão as taxas de migração.
Na primavera de 2012, a França e a Alemanha enviaram um pedido à Dinamarca, a presidência da União Europeia, exigindo o direito de tomar uma decisão sobre a restrição temporária da liberdade de circulação no caso de haver uma ameaça à segurança ou à ordem pública em certos países.
No início de junho de 2012, o Conselho de Ministros da UE adotou essas alterações ao Acordo de Schengen. De acordo com as alterações, os governos dos países da zona podem, se necessário, introduzir o controlo nas suas fronteiras internas, até ao encerramento temporário, relata a RIA Novosti. Esta medida pode ser introduzida, por exemplo, se em um dos países o problema dos refugiados se agravar.
Os chefes dos departamentos políticos internos dos países da UE, reunidos no Luxemburgo, apoiaram por unanimidade a iniciativa. Os chefes dos Ministérios da Administração Interna dos estados interessados também acordaram um mecanismo de ação conjunta em casos de emergência. Ao mesmo tempo, o período máximo para o fechamento da fronteira não pode exceder dois anos. Para que todas as alterações entrem em vigor, devem ser aprovadas pelo Parlamento Europeu e pela Comissão Europeia.
Comentando sobre as alterações ao acordo, o Ministro da Justiça da Dinamarca M. Bedskow expressou preocupação com o problema dos migrantes e expressou a opinião de que nestes casos não deve haver elos fracos na cadeia de medidas para garantir a segurança. É possível que em breve os europeus, não acostumados com as fronteiras, tenham de se adaptar novamente às filas nos postos de controle de fronteira.